Pertencente
à tribo que habitava a margem esquerda do Rio Potengi, Clara Maranhão nasceu provavelmente
em Aldeia Velha, arredores de Natal, na segunda metade do Século XVII. Não há
registro do local e data de sua morte.
A
bela índia que se sobressai nos primeiros capítulos da nossa história recebeu o
nome de CLARA CAMARÃO ao se batizar e casar com ANTONIO FELIPE CAMARÃO, o índio
Poti, da nação potiguar, herói da guerra contra os holandeses. Depois de
casada, Clara passou a acompanhar o marido em todos os combates. Guerreira,
rompeu a secular divisão de trabalho da tribo ao se afastar dos afazeres
domésticos, no tempo necessário para participar de balhas. Dominava o arco e a
fecha, a lança e o tacape. Montada a cavalo, investia contra as espadas e os
arcabazes do inimigo. Como não podia lutar ao lado com o marido, proibição
imposta pelos costumes tribais, formava um pelotão de índias potiguares sob seu
comando. Segundo Abreu de Lima, Clara Camarão, de uma valentia incrível,
afrontou odos os perigos, castigou por muitas vezes o inimigo e penetrou nos
mais cerrados batalhões. Ao passo que combatia. Exortava os soldados a cumprir
os seus deveres, prometendo-lhes vitória, dando assim o exemplo a muitas
mulheres que procuravam imitá-la”
FONTE – LIVRO A MULHER
POTIGUAR – CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA